Por Denise Entrudo (Nutricionista)

O Tour de France é uma das provas mais famosas e difíceis do mundo. São 21 etapas com 3503,9 Kms percorridas em 23 dias. Um percurso desafiador, com muitas subidas, descidas, planos e uma exigência gigantesca do corpo. Se você assistiu a série da Netflix, Tour de France - No Coração do Pelotão, pode ter reparado que os atletas estavam, em cima do bike ou fazendo massagem ou comendo. Outro documentário que retrata bem como é a alimentação dos atletas é o Eat, Race, Win. Isso acontece porque a quantidade de energia gasta durante as etapas é muito grande e se o atleta não comer, não vai conseguir performar e nem fazer uma recuperação muscular adequada.

O nutriente mais importante do endurance é o carboidrato. Precisamos ajustar o carbo pré, intra, pós-treino e provas assim como a quantidade de carboidratos ao longo do dia. Ajustamos essencialmente esse macronutriente, pois somente ele pode aumentar os estoques de glicogênio muscular. O glicogênio assim como a gordura são moléculas que auxiliam na produção de energia durante as provas e treinos.

Em uma pesquisa realizada no Tour em 2023 e publicado em uma das revistas científicas de maior conceito, o Journal of Applied Physiology, comparou um atleta profissional e outro amador, pois a principal dúvida deles era: será que é possível um ciclista amador cumprir as 21 etapas do Tour?

Eles tiveram achados bem interessantes nesse trabalho. Primeiro que o atleta profissional terminou a prova em 87 horas e o amador em 181 horas. E o gasto energético diário dos amadores foi um pouco maior quando comparado ao profissional (8580 kcal/dia versus 7098 kcal/dia). Esse dado é bem interessante dos ciclistas/triatletas amadores analisarem, pois muitos acreditam que só o profissional precisa cuidar da nutrição. A conclusão do trabalho foi bem simples: uma combinação da nutrição, descanso e treinamento é possível o amador concluir uma prova dessas. 

Nutri Esportiva Denise Entrudo
Doutoranda em Bioquímica - UFRGS
Criadora do Carboflix - A Netflix dos Carboidratos para Corredores, Ciclistas e Triatletas
Fonte do estudo: https://journals.physiology.org/doi/full/10.1152/japplphysiol.00798.2023

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