Existe a refeição pré-treino perfeita?

Existe a refeição pré-treino perfeita?

Por nutri Diego Xaulim

Essa é uma das perguntas que mais ouço por aí. Muita gente busca aquela resposta única, a fórmula mágica, a verdade absoluta. Mas quando o assunto é alimentação antes do treino, não dá pra pensar de forma tão simplista assim.

Hoje, vamos focar só na parte da alimentação — deixamos os suplementos para outro momento.

Quando falamos em refeição pré-treino, precisamos considerar alguns pontos importantes: em que horário será o treino? Qual a intensidade? Qual o nível de dificuldade? Quanto já se treinou na semana (ou no dia)? E, principalmente, qual é o objetivo daquele treino?

Sempre faço essas perguntas porque cada pessoa responde de um jeito a diferentes estímulos. Cada atleta tem seus pontos fortes e fracos, suas preferências e facilidades em determinada modalidade. Então, dizer que “banana é para corrida e pão é para o ciclismo” é simplificar demais — e, com isso, deixamos de explorar todo o potencial de performance do atleta.

Vamos a um exemplo prático: imagine alguém que vai correr 10 km, num ritmo leve, na manhã de segunda-feira. A rotina está em dia, alimentação boa, descanso em ordem. Agora, essa mesma pessoa vai fazer exatamente o mesmo treino na sexta-feira cedo. Será que está nas mesmas condições? Será que o corpo não está mais cansado da semana? Será que não rolou nenhum estresse que aumentou a demanda energética?

Na minha experiência — são quase 18 anos nessa área —, sexta-feira costuma exigir mais. Se até para a mesma pessoa, com o mesmo treino, a alimentação precisa ser ajustada dependendo do dia, imagina de um atleta para outro.

Outro ponto fundamental: a duração e a intensidade do treino mudam completamente o cenário. Treinos curtos e intensos exigem mais carboidrato, por serem mais anaeróbicos. Já os treinos longos, bem planejados, permitem uma maior oxidação de gordura como fonte de energia. E é aí que a alimentação faz toda a diferença.

Para treinos curtos, uma refeição leve e de rápida digestão pode ser o ideal: frutas com bebidas carboidratadas, frutas com mel, pães com mel… Já para treinos mais longos, vale pensar em algo mais completo: pão com ovo, pão com queijo (sim, se não houver intolerância, o queijo pode até ajudar na regulação da pressão arterial), frutas com mel… sempre levando em conta o objetivo do treino.

Então, voltamos à pergunta: existe a refeição pré-treino perfeita?

Na minha opinião, não. Existe a melhor e a pior refeição — mas sempre em comparação com o contexto: o treino, o dia, o corpo, a rotina. É tudo relativo.

Quando falamos de pré-treino ideal, pensa assim: “preciso me alimentar com boas calorias”. Aí vem alguém e diz: “Ah, Diego, mas eu gosto de treinar em jejum…”. E eu sempre respondo: “Tudo bem, mas experimenta comer um pouquinho antes e observa os benefícios que isso pode trazer — inclusive para a recuperação depois”.

Nesse momento, geralmente vem aquele olhar de surpresa… mas esse é papo pra um próximo post.

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