Por Douglas Miranda, PhD

As bases do treinamento esportivo referem-se aos fundamentos e princípios que orientam a estruturação, a implementação e a avaliação dos programas de treinamento com o objetivo de otimizar o desempenho dos atletas. Vamos começar falando dos fundamentos do treinamento esportivo.

Fundamentos fisiológicos: os estímulos do treinamento promovem adaptações metabólicas, musculares, cardiovasculares e respiratórias, melhorando a eficiência energética, aumentando da força e a potência e muscular, melhorando a capacidade aeróbia e anaeróbia.

Fundamentos biomecânicos: aplicação das leis físicas que governam o movimento humano, tais como, força, torque, equilíbrio e eficiência mecânica, incluindo avaliação e melhoria da técnica esportiva para maximizar o desempenho e minimizar o risco de lesões.

Fundamentos psicológicos: técnicas para aumentar a motivação, concentração e resiliência dos atletas, bem como estratégias para desenvolver o controle emocional para gerenciar o estresse e a pressão das competições.

Fundamentos pedagógicos: processos pelos quais os atletas aprendem e refinam habilidades motoras e adquirem conhecimentos relacionados à modalidade praticada.

Fundamentos nutricionais: planejamento de uma dieta adequada que suporte o treinamento e a recuperação, destacando a importância da hidratação, dos macronutrientes, vitaminas e minerais para o desempenho.

Fundamentos de saúde: prevenção ou tratamento de lesões, monitoramento de marcadores de saúde, exames clínicos e testes físicos realizados periodicamente para descartar qualquer impedimento para a prática esportiva e apontar ajustes ou tratamentos, caso necessário.

Fundamentos de treinamento: planejamento e periodização para otimizar o desempenho, incluindo estratégias de monitoramento e avaliação para acompanhar o progresso do atleta e ajustar o treinamento conforme necessário.

Agora vamos nos aprofundar nos princípios científicos que norteiam o planejamento, estruturação e aplicação de programas de treinamento eficazes.

Princípio da individualidade biológica: cada atleta responde de maneira única ao treinamento devido a diferenças genéticas, fisiológicas e psicológicas. O treinamento deve ser adaptado para atender às necessidades e capacidades individuais.

Princípio da sobrecarga: Para que ocorram adaptações fisiológicas, o corpo deve ser submetido a uma carga de treinamento maior do que está acostumado. Isso pode ser feito aumentando a intensidade, a duração ou a frequência do treino.

Princípio da especificidade: o treinamento deve ser específico para o esporte ou a atividade em questão, focando nos músculos, habilidades e sistemas energéticos utilizados durante a competição.

Princípio da reversibilidade: os efeitos positivos do treinamento não são permanentes, se o atleta interromper ou reduzir significativamente a carga de treino, os ganhos conquistados podem ser perdidos.

Princípio da interdependência volume-intensidade: volume (quantidade de treino) e intensidade (dificuldade do treino) são inversamente proporcionais. Aumentar um normalmente exige a diminuição do outro para evitar overtraining ou lesões.

Como pode ser observado no texto acima, para contemplar as bases mencionadas e garantir um programa de treinamento abrangente e eficaz, é necessário um trabalho multidisciplinar integrado, orientado para melhorar o desempenho atlético de forma segura e sustentável.