Retrospectiva 2022 | Parte 2
9 de janeiro de 2023
Hora de relembrar tudo o que aconteceu no triathlon mundial entre maio e agosto do ano passado.
Maio talvez foi o grande mês do ano - junto com outubro e Kona, é claro. Por dois motivos principais: a volta do mundial de IRONMAN (e sua estreia fora de Kona) e a volta do IRONMAN Brasil.
Começando por St. George, pudemos presenciar uma aula de triathlon. Depois de 2 anos e meio sem um mundial de IRONMAN, a cidade de St. George foi palco do maior evento do ano até então. Os melhores do mundo alinhando lado a lado, em condições que prometiam não perder de Kona no quesito dificuldade. Retomando um pouco dos resultados, a suíça Daniela Ryf colocou em prática o famoso ditado "quem é rainha nunca perde a majestade". Dominante, ela conquistou seu quinto título mundial no dia 7 de maio de 2022. Segundo lugar para Katrina Mattews (que meses depois se tornaria a primeira mulher a completar a distância abaixo de 8 horas) e terceiro para Anne Haug.
E ali continuava também o ainda bem atual reinado do norueguês Kristian Blummenfelt. Ele que se posicionou de uma forma bem inteligente no ciclismo para na maratona cravar 2h38 e ganhar seu primeiro título mundial de IRONMAN (em seu segundo dia competindo na distância). O canadense Lionel Sanders foi o vice (pela segunda vez), após ultrapassar o neozelandês Braden Currie nos últimos 300 metros da maratona.
Pulando três semanas no tempo e alguns milhares de quilômetros no espaço, vamos direto para Florianópolis, no dia 29 de maio de 2022. O IRONMAN Brasil retornava ao circuito nacional depois de um hiato fruto da pandemia. Era tanta energia acumulada que o céu desabou junto, em um dia marcado por muita chuva. Em um dia histórico para o triathlon nacional, as quatro vagas em jogo para Kona foram preenchidas por atletas brasileiros. Reinaldo Colucci (falando em rei, nosso Rei sabe bem como é essa história de reinado) foi o grande campeão, cravando 7h48. Seguido de Igor Amorelli (7h53) e Fernando Toldi (7h59), formando um pódio 100% brasileiro. Com o resultado, Colucci e Igor garantiram vaga para Kona. E Toldi estreou com o pé direito, com um belíssimo sub8 logo de cara (o detalhe é que até hoje ele já fez outras duas, e todas sub8).
No feminino, Pâmella Oliveira dominou a prova de ponta a ponta. Foi a primeira a sair da água, cravou o melhor pedal do dia e chegou 12 minutos na frente da segunda colocada, a suíça Joanna Ryter. Pami venceu com 8h54. Fechando o pódio, a também brasileira Bia Neres, que logo em sua estreia na distância garantiu vaga para Kona em 9h14. Um dia realmente histórico para o Brasil.
Logo no começo de junho, mais um dia marcante para o triathlon mundial. Era o desafio promovido pela Pho3nix Foundation para tentar pela primeira vez na história uma marca inédita: a primeira mulher a cravar sub8 na longa distância e o primeiro homem a cravar sub7 na mesma distância. Os escolhidos foram Katrina Matthews (a mesma que foi vice campeã em St. George um mês antes), Nicola Spirig, Kristian Blummenfelt e Joe Skipper. Uma ressalva importante: a tentativa não valeria como recorde da distância, já que o cenário foi milimetricamente montado para a máxima performance. Isso significa: vácuo no ciclismo, uma equipe de pacers revezando na corrida e ainda um percurso 100% pensado para minimizar esforços desnecessários e priorizar a maior velocidade média possível em todas as modalidades. No fim das contas, todos conseguiram as marcas, e com muita sobra. Confira as parcias dos 'campeões':
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Blummenfelt: 48:21 / 3h24:22 / 2h30:50 | total: 7h31:54
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Katrina: 54:43 / 3h50:06 / 2h46:09 | total: 6h44:26
No mesmo fim de semana, Laura Philipp quase conseguiu quebrar o recorde mundial estabelecido por Chrissie Wellington em provas de IRONMAN. Foi no IRONMAN Hamburgo, quando apenas 7 segundos separaram a alemã do recorde da britância, que ainda sobrevive. Laura Philipp venceu a prova na ocasião com 8h18:20, enquanto o recorde de Chrissie é 8h18:13.
Ainda em junho, André Lopes foi o quinto (e último) brasileiro a conquistar vaga para Kona. Foi no IRONMAN Des Moines, quando ele foi o vice campeão cravando a melhor corrida do dia, perdendo apenas para Matt Hanson. No mesmo dia, Miguel Hidalgo conquistava um belíssimo 6º lugar no WTCS Leeds, somando importantes pontos para a classificação para Paris 2024. Prova com um startlist de peso, que foi vencida na ocasião pelo britânico Alex Yee e pela francesa Cassandra Beaugrand.
Por falar em Hidalgo, no fim de semana seguinte ele garantiu um pódio (terceira colocação) na etapa de Huatulco da World Triathlon Cup, após um sprint final alucinante. Luísa Baptista também conseguiu um sólido resultado na mesma prova, fechando em 6º lugar. E o Brasil voltou a brilhar algumas semanas depois, trocando apenas os personagens. Foi no WTCS Montreal que Messias conseguiu um excelente top5 diante dos melhores do mundo. Alex Yee (sempre ele) foi o campeão do dia. No feminino, Djenyfer Arnold também fez bonito, fechando em 9º em prova vencida pela britânica Georgia Taylor-Brown.
No começo de julho quem voltou à cena foi o Rei Colucci, fazendo história com um bronze na tradicional prova do Challenge Roth, na Alemanha. Em um dia em que Magnus Ditvlev quase bateu o recorde e Patrick Lange foi o vice, o brasileiro cravou 7h52 em um dos grandes palcos do triathlon mundial. No mesmo fim de semana, o GP Extreme reuniu um ótimo field profissional, com vitórias de Santiago Ascenço e Bia Neres.
Ainda em julho, o Canadian Open abriu a temporada do PTO Tour. Ashley Gentle e Gustav Iden foram os grandes campeões do dia, e o grande destaque brasileiro ficou por conta de Vittoria Lopes, que fechou a prova em 7º após liderar durante toda a etapa da natação e durante boa parte do ciclismo. Isso garantiu a ela uma vaga no time internacional para disputar a Collins Cup, que aconteceu em agosto.
Falando em Collins Cup, é com ela que fechamos essa segunda parte da retrospectiva. Em sua segunda edição, os europeus venceram de novo, vencendo 8 dos 12 duelos do dia. No mesmo fim de semana, Lucy Charles venceu o mundial de longa e Luísa Baptista fez bonito por lá também, garantindo um top5 diante de um forte field. Fernando Toldi também cravava nesse mesmo dia o seu segundo sub8, fechando em 6º lugar no IRONMAN Kalmar, que teve Alistair Brownlee como grande campeão.
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