Chegamos à parte final da retrospectiva de 2021. O triathlon nos trouxe tantos momentos bons no ano, que foi preciso dividir em três partes essa série especial de lembranças do que 2021 nos reservou de melhor. A primeira parte você acessa aqui e a segunda aqui.

• Reinaldo Colucci em 3º no mundial de longa distância 

Que Colucci é um dos triatletas mais completos do Brasil, isso não resta dúvidas. Inclusive, escrevemos uma matéria contando os detalhes da trajetória do Rei, que você pode ler clicando aqui. E não há dúvidas também que ele protagonizou uma das melhores performances do ano ao ganhar o bronze no campeonato mundial de longa distância da World Triathlon, na Holanda.

Fora a colocação em si, o que mais impressionou foi o tempo de Colucci. Diminuindo sua marca pessoal em 25 minutos, ele cravou 7h45min16seg nesta prova. O suficiente para colocá-lo no topo da história, sendo a melhor marca de um brasileiro na distância de todos os tempos até então. Como veremos adiante, este tempo foi batido ainda em 2021, mas o desempenho de Rei na Holanda com certeza vale a lembrança nessa retrospectiva, e mais ainda sua declaração para o Mundo Tri:

"Pelo que vinha apresentando nos treinos e sabendo das condições rápidas do trajeto da prova, eu tinha expectativa de baixar as 8 horas no meu tempo final. Mas realmente este tempo de certa forma foi uma surpresa nesse momento em que retorno a disputar provas mais longas na carreira. Estou muito feliz com o meu dia, mas sei que ainda tenho bastante a corrigir e melhorar, o que é uma ótima notícia."

• O Mundial de 70.3 em St. George: Lucy Charles e Gustav Iden campeões 

Sempre um dos eventos do ano, o mundial deste ano foi em St. George. Lá mesmo, onde Sanders e Sam Long travaram uma batalha épica tempos antes, e onde os melhores triatletas do mundo se reunirão de novo para competir no mundial de 2022 - tanto na meia quanto na longa distância.

Lucy Charles dominou a prova feminina, liderando de ponta a ponta. Foi tão soberana que cravou a melhor parcial nas três modalidades, e colocou mais de 8 minutos de vantagem sobre a segunda colocada Jeanni Metzler.

Entre os homens, Gustav Iden assumiu a dianteira no fim do ciclismo para se manter na frente durante toda a etapa da corrida e levantar a faixa de campeão mundial pela segunda vez em sua carreira. Em segundo veio Sam Long, que já deixou de ser uma promessa para ser uma realidade figurando entre os melhores do mundo.

• Show verde e amarelo em Cascais 

O dia 24 de outubro foi um dos dias que marcaram o ano para o Brasil em 2021. No Ironman 70.3 de Cascais, em Portugal, Luísa Baptista foi vice. Com uma meia maratona para 1h17, ela fechou a prova com a melhor corrida do dia.

No masculino, Manoel Messias ficou em 5º, com uma ultrapassagem nos últimos metros para cima de Jonathan Brownlee. Reinaldo Colucci também conseguiu mais um sólido resultado no ano, em 7º lugar. E mais importante ainda do que sua colocação na prova, Rei conquistou sua melhor meia maratona no triathlon em sua carreira, correndo para 1h11. Bruna Stolf também estava por lá, e ficou em 17º na sua estreia na meia distância.

• Estreias de ouro: noruegueses chegando com tudo na longa distância 

Gustav Iden e Kristian Blummenfelt já vinham tendo um ano de ouro. Mas ainda surpreenderam ainda mais quando decidiram estrear na longa distância. Gustav Iden marcou sua estreia para o Ironman Califórnia. Uma forte tempestade cancelou a prova, mas só adiou algumas semanas o show que estaria por vir. Ele pegou um voo para a Flórida (Sanders também seguiu o mesmo caminho), e foi lá que vimos o norueguês travar uma bela batalha contra o canadense durante boa parte da prova e da corrida, e de quebra bater o recorde da maratona em provas da bandeira Ironman. Ele correu para incríveis 2h34:51, e fechou a prova para 7h42:57. O único que correu melhor que Iden até hoje em provas da bandeira Iron foi Matt Hanson, mas em prova que não teve a distância homologada e que, portanto, não vale como recorde.

Mas melhor ainda que a estreia de Gustav Iden foi a de seu compatriota. Como se não um ouro olímpico, Kristian Blummenfelt ainda cravou 7 horas, 21 minutos e 12 segundos logo em sua estreia em provas de longa distância. Claro, não podemos ignorar que as condições do dia favoreceram bastante. Principalmente a correnteza a favor na natação, cujo percurso obedece apenas um sentido durante os 3.800 metros desta etapa. Circunstâncias que inclusive fizeram com que a PTO excluísse, dias depois, esta performance e este tempo do rol dos recordes. De qualquer forma, e deixando um pouco esta polêmica de lado, foi uma baita estreia.

• André Lopes: melhor tempo de um sul-americano na longa distância 

Ainda sobre Cozumel, com 7 horas, 43 minutos e 30 segundos, André Lopes elevou ainda mais o sarrafo que Reinaldo Colucci tinha subido alguns meses antes. Com essa marca, ele se tornou o melhor sul-americano da história em provas de longa distância. Batemos um papo com ele logo depois desse feito. Confira como foi:

https://www.youtube.com/watch?v=nPUxEEKTmXA

• Hidalgo campeão no Pan-Americano Júnior 

No dia 26 de novembro Miguel Hidalgo conquistou a primeira medalha para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Cali, na Colômbia. Hidalgo fechou a prova (short triathlon) em 56 minutos e 40 segundos. Ele nadou os 750 metros para 9 minutos, pedalou os 20 quilômetros para 29 minutos e 13 segundos e correu os 5 quilômetros finais para 16 minutos e 16 segundos. Miguel ainda correu a prova dos 5 mil metros no atletismo na pista, fechando na 5ª colocação.

• O fenômeno das maratonas: Daniel Nascimento 

Daniel Nascimento tem apenas 23 anos, e já dá - e muito o que falar. Ele fez a melhor estreia da história de um sul-americano na maratona. E, na terceira maratona que largou e segunda que completou, ele acaba de ficar a apenas 6 segundos do recorde sul-americano de Ronaldo da Costa. Ele completou a maratona de Valencia no fim deste ano em 2h06min11seg. Com certeza tem um futuro - e já um presente - brilhante pela frente. Escrevemos uma matéria inteira sobre o Danielzinho, que você confere aqui.