Juntos somos mais fortes

Juntos somos mais fortes
Por: Mulheres do Tri
Em nosso artigo de julho de 2022, tratamos de um tema atual e que faz parte do dia a dia das Mulheres do Tri: a SORORIDADE entre as atletas.
No texto, tratamos do significado do termo, de sua aplicação no esporte e do poder da união como elemento transformador da realidade.
Em nosso perfil do instagram trabalhamos, ao longo do mês, com a sororidade na prática: compartilhamos medos, receios e dificuldades que as triatletas já tiveram no esporte, o que ganhamos com a prática esportiva e momentos importantes de união e solidariedade entre mulheres.
Agora, em agosto, queremos tratar de outro assunto que também faz parte da rotina das mulheres atletas: a ajuda e o apoio dos parceiros e parceiras na prática da modalidade esportiva!
Em nossos grupos, pedimos para as atletas compartilhassem experiências de relacionamento e os reflexos na motivação para o esporte.
Recebemos algumas experiências negativas, é bem verdade. Algumas atletas mencionaram que já se relacionaram com pessoas que não apoiam ou incentivam a atividade física.  “Tudo é motivo de critica, em especial, a bicicleta”, contou uma atleta sobre a postura do parceiro. Outra mulher do tri relatou que um ex parceiro insistia em comentários depreciativos, como “você não está dando tudo o que pode” ou “você está fazendo alguma coisa errado, continua lenta” ou “você já viu o pace da sua amiga? Ela começou depois de você!”. Questionamentos em relação à idade, às condições financeiras, aos resultados nas provas, à capacidade para conjugar as três modalidades e a competitividade do casal também foram citados pelas atletas como situações difíceis e/ou desmotivadoras em relacionamentos e que prejudicaram a prática esportiva. E, por fim, mas não menos importantes, foram mencionadas dificuldades na hora de dividir responsabilidades relacionadas à casa, à família e aos filhos.
Como essas atletas lidam/lidaram com essas situações? Conversando com os seus parceiros, estabelecendo novos combinados, transformando a crítica em motivação e, como última medida, encerrando a convivência como casal. Afinal, um relacionamento bacana também engloba a compreensão com os objetivos do outro, não é mesmo?
Por outro lado, a maioria das experiências compartilhadas pelas triatletas foi muito POSITIVA! Quer ver só? Vamos citar algumas:
*O Guilherme fez minha primeira prova do meu lado. Foi um sprint da MKS. Com 100m de natação eu queria desistir, minha frequencia cardíaca estava nas alturas. Ele me acalmou, nadou costas, peito, parou todas as vezes que eu parei. Fomos uns dos últimos a sair da água, só tinha outras duas bicicletas na transição. Por coincidência, também de um casal onde a menina parecia estar na primeira prova assim como eu. Pois bem, saindo da água pedalamos e corremos juntos. Cruzamos a linha de chegada e foi muito emocionante para mim! Sem ele eu não teria conseguido aquele dia, foi muito importante ter a segurança dele ao meu lado e o incentivo durante todo o processo. Isso foi em 2014. Hoje temos uma filha e nos revezamos para fazer os treinos darem certo. Alinhamos quem tem prioridade em cada ciclo e assim vamos seguindo (Marina Amorim, Brasília-DF);
*Quando nós nos conhecemos em 2010, eu já praticava o Triatlhon há 03 anos e retornava de um Mundial. Por exigir muito tempo de treinamento (ainda que amador) tivemos que tomar algumas decisões juntas para não prejudicar a relação. Na época, fiz uma permuta e troquei temporariamente o TRI pelas Maratonas durante 04 anos ininterruptos. Ela tomou gosto pelas corridas..ufa! Nesse interim fundamos a nossa primeira Assessoria Running.
Conseguimos então unir trabalho, alunos, amigos, família e renda e ainda ficar mais unidas no mesmo propósito. Logo ela percebeu a minha vontade de voltar à competir e não exitou em dar o melhor incentivo: volte rápido para o Triatlhon! Em 2014 retornei ao esporte escolhido, onde me encontro como atleta e pessoa; e para ilustrar ainda mais, em 2017 fundamos a Mafra Sports Performance e, assim, mais unidas do nunca conseguimos ultrapassar todos os obstáculos pelo Amor que temos uma à Outra e Amor ao Esporte. Por filosofia, Esporte é superação! (Ju Mafra e Amanda Lins - Recife/PE).
*Durante anos eu levei o esporte bem mais a sério que meu marido. No começo isso incomodava mais pra mim do que pra ele. E foi motivo de discussão algumas vezes. Ele sempre foi o corredor de fds e eu a focada. Demorei muito tempo para entender que talvez eu estivesse sendo a tóxica do relacionamento. Logo que a pandemia começou eu me vi forçada a repensar sobre treinar, fiquei mais em casa e assim compramos nossas bikes.  Posso dizer que isso ajudou a salvar nosso relacionamento também, porque na bike eu sempre fui a mais medrosa e ele me ajudou enfrentar a superar este medo. Agora encontramos um equilíbrio muito bom. Eu continuo a mais focada, mas ele tá indo no ritmo dele, pegando gosto sozinho pelo esporte...já se comprometeu a correr uma maratona esse ano e aprender a nadar. Além do que, ele é meu principal apoiador. Vai comigo nos treinos de madrugada, super apoia quando quero comprar algum negócio novo pra treino, faz foto, torce e tudo mais. Me considero muito sortuda por ter passado por uma fase ruim e evoluído junto com ele e o esporte (Marília Sant’ana - Curitiba - PR)
*Meu marido me apresentou o mundo do Tri e graças a essa conexão vivemos experiências incríveis, nos apoiamos, e alcançamos objetivos juntos  que marcam um pouco da nossa história de 17 anos. Meu maior incentivador da vida e do esporte” (Fabiana Rios, Aracaju-SE);
*Mesmo não sendo muito afeta à práticas desportivas, Letícia sempre me apoiou e incentivou em tudo que quis fazer! Acompanhou minha evolução no judô, campeonatos, graduação de faixa preta. O início na corrida, as agruras e conquistas, perambulou Chicago pra me ver no percurso da maratona. No triatlo, entende que alguns treinos são longos mesmo, que tem final de semana que fico pregada sem conseguir levantar um dedo pra lavar louça ou fazer o almoço  Entende que o esporte é minha terapia e cuidado com minha saúde mental e física! Essa compreensão e parceria são fantásticas e tenho plena consciência de que sou uma pessoa privilegiada por poder contar com um apoio tão importante! (Giselle Coutinho, Brasília-DF)
Legal, né? Com esses (e outros vários que foram compartilhados no nosso grupo de WhatsApp), concluímos que estamos evoluindo e progredindo! Seja em relação a nossa consciência do que é um relacionamento saudável, seja na percepção e sensibilidade dos nossos parceiros/parceiras do papel que possuem na relação, seja na evolução da sociedade quanto aos espaços que a mulher pode ocupar e a compreensão da atividade física como sinônimo de bem estar fisico e emocional!
Mas é claro que - tal como nos nossos treinos de triathlon - podemos melhorar e muito! Como a gente sempre diz, que possamos ser a mudança que queremos ver no mundo! E se estivermos juntos, fica mais fácil e conseguimos ir mais longe, não é?
E, se você tem uma experiência sobre assunto para compartilhar com a gente, escreve aqui nos comentários! Queremos saber!

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